Geleiras dos Alpes perderam 39% do gelo em duas décadas

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Geleiras dos Alpes perderam 39% do gelo em duas décadas

A startup britânica Earthwave e um grupo de cientistas europeus utilizaram dados de satélite para mapear o derretimento glacial em todo o mundo, revelando resultados alarmantes.

A equipe descobriu que as geleiras dos Alpes europeus encolheram 39% em pouco mais de duas décadas, em comparação com uma média global de apenas 5%.

De acordo com Livia Jakob, cofundadora da Earthwave, o projeto é essencial para entender a perda de gelo glacial.

“Desenvolvemos um algoritmo para integrar diferentes conjuntos de dados e criar uma estimativa precisa do equilíbrio de massa das geleiras, proporcionando uma visão mais clara de seu comportamento nas últimas duas décadas”, explicou Jakob ao TNW.

Geleiras perdem bilhões de toneladas de gelo

Segundo o estudo publicado na Nature, desde 2000, as geleiras globais perderam, em média, 273 bilhões de toneladas de gelo por ano. Esse volume equivale ao consumo de água potável de toda a população mundial por 30 anos.

Além disso, o ritmo da perda de gelo está se acelerando:

  • 231 bilhões de toneladas/ano (2000-2011)
  • 314 bilhões de toneladas/ano (2012-2023)

Os Alpes são os mais afetados

As temperaturas na maior cadeia montanhosa da Europa estão subindo duas vezes mais rápido que a média global. Apenas em 2022, as geleiras suíças perderam 6% do volume total, devido a intensas ondas de calor no verão.

Outro fator agravante é a poeira do Saara, que se deposita no gelo, tornando-o mais escuro e aumentando a absorção de radiação solar, acelerando o derretimento.

No entanto, o principal responsável é o aquecimento global. Se as emissões de gases de efeito estufa continuarem crescendo, cientistas preveem que os Alpes podem perder mais de 90% da sua massa glacial até 2100.

A redução das geleiras afeta milhões de pessoas que dependem do derretimento do gelo para água potável, agricultura e energia hidrelétrica, além de contribuir para o aumento do nível do mar, que já subiu 18 mm devido a esse processo.

Monitoramento por satélite

O estudo faz parte do projeto Glambie, uma iniciativa do World Glacier Monitoring Service (WGMS) em parceria com as universidades de Zurique e Edimburgo, além da Earthwave.

Desde 2018, a Earthwave usa sensoriamento remoto via satélite para analisar os impactos das mudanças climáticas e fornecer informações valiosas para a comunidade científica.

A pesquisa utilizou dados de vários satélites, como:

  • Terra/Aster e ICESAT-2 (EUA)
  • Grace (EUA-Alemanha)
  • Tandem-X (Alemanha)
  • CryoSat (Agência Espacial Europeia)

À medida que as temperaturas globais continuam subindo, pesquisas como essa são fundamentais para entender os impactos no suprimento de água doce, nos ecossistemas e no nível dos oceanos, além de indicar medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

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